
Por José Rocha
Vendo hoje a lista dos CDs mais vendidos do Brasil na última semana (divulgada pelo portal da Folha de São Paulo), fico impressionado com a baixa qualidade dos chamados top 10 do país de Bruno & Marrone e seus assemelhados: é tudo um grande mingau de música ruim e de um mal gosto assustador, mas rigorosamente rentável.
A dupla água com açúcar (e pouco sabor) Sandy & Junior, que caiu nas graças da MTV, lidera o ranking. Ivete (já encheu o saco!) Sangalo é a segunda colocada. Os falsos sertanejos Bruno & Marrone, com suas músicas de cabaré, traição e dor de cotovelo, emplacam dois discos em terceiro e quarto.
Salva-se a bela trilha sonora da novela Paraíso Tropical, em quinto. Uns tais de Victor & Leo (empurrados por Fausto Silva, que não merece o menor crédito depois que matou o ótimo Perdidos na Noite e foi ganhar milhões na Globo) aparecem do nada: sexto lugar. O bobinho (mas nem tanto) Amaury Junior emplaca o sétimo com as músicas de seu programinha de high society ("down, down, down no high society", cantava Elis em música de Rita).
Os horrorosos do High School Musical (volume 2?) chegam em nono e a Banda Calypso (tenho grande respeito pela história deles, mas a música...) fecha a lista, em décimo.
Tudo isso é nada num país tão rico em termos culturais. Tudo isso me faz acreditar que nada muda nas ondas do rádio. Desde que me entendo por gente, é sempre a mesma coisa (de vez em quando um Renato Teixeira chega junto, mas é uma chegada de Quixote). Fazer o que? O povo gosta. Isso eu não questiono. Mas a mídia, ela, é a principal responsável por essas barbaridades – é ela que toca a boiada.
Falar nisso, e pra fechar, outro dia ouvi um locutor da rádio Onda Livre FM (triste essa emissora), do interior de São Paulo, tocar “Romaria”, de Renato Teixeira, e dizer, cheio de pose:
- Ouvimos “Romaria”, composição de Fábio Jr.
Não. Assim é demais. Parei.
Desliga o rádio, Sílvia, traz um comprimido que eu vou passar mal. É melhor ouvir o mestre Rolando Boldrin e pedir as bênçãos de Dom Antônio Nóbrega. Valha-me, Deus, que Renan Calheiros também vai virar cantor.
Vendo hoje a lista dos CDs mais vendidos do Brasil na última semana (divulgada pelo portal da Folha de São Paulo), fico impressionado com a baixa qualidade dos chamados top 10 do país de Bruno & Marrone e seus assemelhados: é tudo um grande mingau de música ruim e de um mal gosto assustador, mas rigorosamente rentável.
A dupla água com açúcar (e pouco sabor) Sandy & Junior, que caiu nas graças da MTV, lidera o ranking. Ivete (já encheu o saco!) Sangalo é a segunda colocada. Os falsos sertanejos Bruno & Marrone, com suas músicas de cabaré, traição e dor de cotovelo, emplacam dois discos em terceiro e quarto.
Salva-se a bela trilha sonora da novela Paraíso Tropical, em quinto. Uns tais de Victor & Leo (empurrados por Fausto Silva, que não merece o menor crédito depois que matou o ótimo Perdidos na Noite e foi ganhar milhões na Globo) aparecem do nada: sexto lugar. O bobinho (mas nem tanto) Amaury Junior emplaca o sétimo com as músicas de seu programinha de high society ("down, down, down no high society", cantava Elis em música de Rita).
Os horrorosos do High School Musical (volume 2?) chegam em nono e a Banda Calypso (tenho grande respeito pela história deles, mas a música...) fecha a lista, em décimo.
Tudo isso é nada num país tão rico em termos culturais. Tudo isso me faz acreditar que nada muda nas ondas do rádio. Desde que me entendo por gente, é sempre a mesma coisa (de vez em quando um Renato Teixeira chega junto, mas é uma chegada de Quixote). Fazer o que? O povo gosta. Isso eu não questiono. Mas a mídia, ela, é a principal responsável por essas barbaridades – é ela que toca a boiada.
Falar nisso, e pra fechar, outro dia ouvi um locutor da rádio Onda Livre FM (triste essa emissora), do interior de São Paulo, tocar “Romaria”, de Renato Teixeira, e dizer, cheio de pose:
- Ouvimos “Romaria”, composição de Fábio Jr.
Não. Assim é demais. Parei.
Desliga o rádio, Sílvia, traz um comprimido que eu vou passar mal. É melhor ouvir o mestre Rolando Boldrin e pedir as bênçãos de Dom Antônio Nóbrega. Valha-me, Deus, que Renan Calheiros também vai virar cantor.
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