segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Clau Assi e Rodolfo Tokimatsu



Gostaria muito que os livros reconhecessem a poesia de dois grandes amigos meus – acima de tudo, dois grandes poetas: Clau Assi e Rodolfo Tokimatsu. Gostaria muito que as editoras reconhecessem o talento desses dois. Enquanto isso não acontece, vou alinhavando meus pensamentos e ajudando meus amigos a quebrar os vidros desse sistema caduco de edição no Brasil, um país onde se lê muito, muito menos que na Argentina e no Chile - só para ficarmos na vizinhança da América Latina.

Tokimatsu diz sempre que “faz uns quinhentos anos que tentamos colocar nossos traseiros no sol para tomar uma cor”. Prega ele que a gente consegue. Eu acredito. Porque no verbo conseguir está o verbo teimar, e um verbo não anda – para mim – sem o outro. Somos teimosos, chatos, e isso é bom demais.

Para quem não conhece os poemas de Clau Assi e Rodolfo Tokimatsu, receito (sugiro) um Sonrisal. É efervescente. É até bonito. Parece um poema fervendo no copo. Enquanto isso, vou andando, lendo os belos poemas que Clau e Rodolfo presenteiam ao mundo, mesmo que o mundo seja um tanto analfabeto.

Conheci muitos poetas que ficaram pelo caminho. Raimundo Rocha – um cearense, como eu, de Santana do Acarau, como meu pai – é um dos grandes injustiçados. Railton Cerqueira do Nascimento – um baiano bom de texto que dá inveja – é outro.


E Iraci Nogueira Santana, meu Deus, um talento espetacular, que, depois de publicar um livro, abandonou a poesia. E olhe que os versos de Iraci eram um delírio para os meus olhos - da mesma forma que os são os de Clau, Rodolfo, Raimundo e Railton.


Meu amigo Daniel Soares, jornalista de boa lavra, bem sabe do que falo. Poesia com essa qualidade não nasce assim tão fácil. Mas Rodolfo, transgressor, me contradiz, e berra que a nova poesia brasileira vai bem, sim. Quem foi que disse o contrário? Tá certo. E ainda bem que Rodolfo faz parte desse time de novos (e bons) poetas. Clau e Rodolfo são dois bons exemplos.

Mas sinto que Iraci Nogueira Santana, Raimundo Rocha e Railton Cerqueira tenham ficado pelo caminho. Ah, sinto... E como!

Um comentário:

Anônimo disse...

Zé,

Num país onde se lê pouco e entende-se menos ainda. Não é de admirar que pessoas competentes ( e não inclua esta aprendiz de poeta entre eles) não chamem a atenção das editoras. Não é de se estranhar que grandes escritores não sejam reconhecidos, não recebam os méritos que merecem. Vivemos num mundo comercial. No fim o que conta é isso! E resta a pergunta: Cultura é comercial no Brasil? Infelizmente, poucos conseguem sagrar-se por sua total habilidade nas escritas, outros infelizmente “têm a sorte” de lançar “literatura duvidosa” e estarem entre os primeiros nas listas dos mais vendidos. Mas isso já é assunto para um outro comentário...

Obrigada pelo exagero de me citar entre tão ilustres pessoas.

Beijos

Clau Assi