terça-feira, 3 de junho de 2008

Poesia não vende? Não sabia

Desde cedo, ouço e leio desculpas (mentirinhas) de editores e “editores” que pregam o velho papo furado de que “poesia não vende”. Acho engraçado quando dizem isso, porque discordo abertamente, claro, e porque vivo de poesia – se poesia não vende, como é que eu vivo, meu Deus? Afinal de contas, eu como, me visto e etc... E sou poeta – um “defeito” para o feudalismo que manda no que sai das impressoras poderosas desse Brasil.
Mas eles – que pensam antes no dinheiro, muito dinheiro – e depois (quem sabe?) na arte, se enganam – e sabem disso. Porque quem foi que disse que eu, como poeta, quero ser um produto, para ser vendido, consumido? Quem foi que disse uma bobagem dessas? Quem foi que disse que o poeta é um produto de consumo? E quem foi que disse que poesia é sabonete?
Prefiro me manter poeta, ser poeta (não desistir é importante, vital) do que me entregar ao que os senhores feudais da literatura nacional pregam – é problema deles, não meu. O que eu quero é mostrar meu trabalho e já tive a “cara de pau” (olhem as aspas) e a coragem de publicar seis livros – num país onde pouco se lê se compararmos as coisas com o Chile e a Argentina.
Desde cedo, desde muito cedinho – lá quando me tomei por gente -, sempre vivi com essa pedra nos sapatos e nunca dei a mínima. Todos os que me conhecem sabem que sempre ri dessa gente poderosa, dessa gente latifundiária das letras alheias. Porque poesia vende, sim, senão eu nem estaria aqui escrevendo e me lembrando que acabei de comprar mais um belo livro de poesia. Vou lá na sala – acabei de trazer do centro – e começar a ler. Porque poesia é poesia e fim de papo, meu nego.

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